Começa a temporada de pinhão no Paraná Saiba Mais



Poucos alimentos combinam tão bem com o inverno quanto o pinhão. Símbolo do Paraná, essa semente serve como ingrediente para a elaboração de apetitosos pratos, sejam doces ou salgados. 

Uma das vantagens do pinhão é que pode ser cozido tanto em água como em calor seco, em fogueiras ou na brasa. De modo artesanal, é possível fazer até mesmo a farinha de pinhão, e utilizá-la em bolos, pães ou tortas. In natura, a semente pode ser usada de muitas formas, dando sabor especial à saladas, cremes, risotos, ensopados e doces. 

Safra 

Entre os meses de abril a julho, com a chegada do frio e as festas juninas, é tradicional o consumo de pinhão no Paraná. Neste período, a venda da semente é liberada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Antes disso, as sementes das araucárias ainda não estão maduras e também não caíram do pé de forma natural. O pinhão só pode ser recolhido e comercializado se for encontrado dessa forma, no chão, e se não estiver verde, segundo orientação da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. 

Neste ano, a colheita e comércio de pinhão maduro estão permitidas desde a última sexta-feira (01). 

A portaria do IAP proíbe também, independente da data, a comercialização das pinhas verdes, quando o pinhão apresenta a cor esbranquiçada e alto teor de umidade. "Nesse estado, o pinhão apresenta alta concentração de água e pode conter fungos, causando problemas a saúde, além da baixa qualidade da semente", explicou o chefe do Departamento de Fiscalização do IAP, Ivo Good. 

Denúncias sobre a venda irregular de pinhão e demais infrações ambientais podem ser feitas no link "Fale Conosco" no site do IAP, diretamente nos escritórios regionais do Instituto ou junto à Polícia Ambiental. 

Fruto ou semente? 

Na verdade, o fruto do pinheiro é a pinha, onde são encontras as semente, isto é, os pinhões. A araucária apresenta suas flores com sexos separados em árvores diferentes e suas sementes são produzidas pela árvore do sexo feminino. 

Esta semente foi a principal fonte de alimentação de algumas tribos indígenas do sul do Brasil. Muitos animais também se alimentam dela, sendo os responsáveis pela plantação dos pinheirais. 
A cotia, o esquilo (serelepe) e a gralha azul costumam carregar os pinhões a grandes distâncias e enterrá-los no solo. Passado algum tempo as sementes acabam "esquecidas" e geram novas árvores. 

A espécie não era encontrada apenas em Curitiba e região metropolitana. O Estado do Paraná, no século passado, era coberto por matas de araucárias, numa área total de 80 mil quilômetros quadrados. Atualmente esta área esta reduzida a apenas 4% da cobertura original, e a região de maior ocorrência de araucárias é a Centro-Sul. 

A araucária apresenta madeira de cor branca, muito resistente e valorizada comercialmente. Devido à qualidade excepcional dessa madeira, a espécie foi largamente explorada por madeireiros. No entanto, devido à proteção ambiental, estas florestas começam a ser novamente formadas. O Paraná foi um dos primeiros Estados a ter lei própria para proteger as florestas de araucárias. 

Vitaminado 

Apesar de ser rica em amidos, o que a torna bastante calórico (cada 100 g de pinhão cozido tem em média 195 calorias), a semente contém vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo e proteínas. A vitamina B1 ou tiamina vem sendo muito estudada pelos especialistas, pois além de atuar na produção de energia, auxilia na oxigenação do cérebro e o funcionamento do sistema nervoso, podendo ajudar nas funções relacionadas com memória e cognição. O pinhão é uma das melhores fontes de tiamina. 

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