Escritor se caracterizou por poesias religiosas e sátiras políticas
Gregório de Matos Guerra era o terceiro filho de um fidalgo português, estabelecido no Recôncavo baiano
como senhor de engenho, e de uma brasileira. Ao contrário dos irmãos mais velhos
que não se adequaram aos estudos e dedicaram a ajudar o pai na fazenda, Gregório
recebeu instrução na infância e adolescência e foi enviado para a Universidade
de Coimbra, onde bacharelou-se em direito.
Teria sido
juiz do Cível, de Crime e de Órfãos em Lisboa durante muitos anos. Na Corte portuguesa, envolveu-se na
vida literária que deixava o maneirismo camoniano e atingia o barroco, seguindo
as influências espanholas de Gôngora e Quevedo. Por essa ocasião, teria também
casado e tido acesso ao rei Pedro 2o, de quem ganhou simpatia e favores.
Casou-se, então, com Maria dos Povos, a quem dedicou
um de seus sonetos mais famosos. Vendeu as terras que recebera de herança e,
segundo consta, guardou o dinheiro num saco no canto da casa, gastando-o à vontade e sem
fazer economia. Ao mesmo tempo, tratou de exercer a advocacia, escrevendo
argumentações judiciais em versos.
Segundo os estudiosos, nos momentos finais de vida, tornou-se mais devoto
e deu vazão à poesia religiosa, em que pede perdão a Deus por seus pecados.
Morreu em data incerta no ano seguinte.
Vale lembrar que a
fama de Gregório de Matos - um dos grandes poetas barrocos não só do Brasil, mas
da língua portuguesa - é devida a uma obra efetivamente sólida, em que o autor
soube manejar os cânones da época, seja de modo erudito em poemas líricos de
cunho filosófico e religioso, seja na obra satírica de cunho popularesco. O
virtuosismo estilístico de Gregório de Matos não encontra um rival a altura na
poesia portuguesa do mesmo período.
* Fonte:
educacao.uol.com.br
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