Pesquisadores australianos desenvolvem roupa para repelir tubarões


Peças confundem os sistemas visuais dos tubarões, afirmam inventores
Dois empresários australianos lançaram roupas de borracha que prometem repelir tubarões.

São duas peças. Uma delas, azul e branca, deixa os mergulhadores menos visíveis a esses animais. A outra, para surfistas, possui listras brancas e pretas e leva o tubarão a acreditar que o usuário não é um alimento adequado.

As roupas de borracha foram desenvolvidas com base em uma minuciosa investigação sobre como os tubarões veem suas presas.
O lançamento do projeto coincide com uma onda de ataques desses animais no Estado da Austrália Ocidental.
Os tubarões são comuns no litoral do país, mas ataques fatais são raros – em média, uma pessoa morre a cada ano por causa vítima desse tipo de ataque.
Porém, desde julho de 2012, o saldo de mortos já chega a cinco.
A pesquisa levou em conta novas descobertas científicas sobre as percepções de luz e o daltonismo dos tubarões. O objetivo do estudo era produzir uma roupa que pudesse camuflar o banhista dentro d’água.
Um dos empresários por trás das invenções, Craig Anderson, afirmou à agência de notícias AFP que a roupa "confunde" os sistemas visuais desses animais.
Demanda substancial 
Shaun Collin, pesquisador da Universidade da Austrália Ocidental afirmou que o desenho branco e preto afasta os tubarões dos surfistas.

"Muitos animais são repelidos por padrões listrados que indicam que a presa potencial não deve ser comida".
O governo do Estado da Austrália Ocidental financiou testes com bonecos e tubarões-tigre no seu litoral.
Durante o experimento, os animais ignoraram os manequins vestidos com as roupas listradas, enquanto atacaram aqueles que usavam os tradicionais trajes pretos dos surfistas.
Outros testes ainda serão feitos no sul da Austrália e na África do Sul quando o verão começar, em dezembro.
Anderson disse acreditar que haverá "demanda substancial" do mundo inteiro por suas roupas.
"Todo mundo está procurando uma solução, gente do mundo inteiro fica nervosa só de entrar na água", acrescentou.
Mas para Ali Hood, diretora da Shark Trust, no Reino Unido, entidade que estuda os tubarões, "dizer que as pessoas estão em pânico de entrar na água é exagerado".
Segundo ela, houve um crescimento nos praticantes de esportes aquáticos sem que fossem registrados um aumento proporcional dos ataques de tubarões. Hood acrescentou que a instituição dá as boas-vindas ao progresso atrelado ao desenvolvimento de produtos que afugentem esses animais de forma não agressiva, mas fez uma ressalva.
"Infelizmente, um grande número de fatalidades atribuídas aos tubarões ocorrem em circunstâncias totalmente evitáveis: os banhistas entram na água onde há aviso sobre a presença desses animais; surfam ao anoitecer ou de madrugada nas proximidades de recifes de corais e se aproximam demais de pescadores com iscas".

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