Troller T4 mantém pegada off road na versão 2013

Ford tenta "domesticar" o Troller, mas o jipão nordestino ainda tem forte apelo na robustez

 (Vrum/DP/D.A Press)

O que os “trolleiros” querem é força, e isso o carro ganhou ainda mais na linha 2013 com o novo motor 3.2 turbodiesel de 165 cavalos de potência e 38,7 kgfm de torque.

Não adianta oferecer mimos, como controle elétrico dos retrovisores externos ou bancos revestidos em couro. O Troller nasceu como um carro rústico, de acabamento espartano e que fez fama pela força e capacidade para desbravar todo e qualquer tipo de terreno. Bem que a Ford vem tentando, desde 2007, quando adquiriu a Troller, dar um mínimo de requinte ao jipão cearense, mas se você perguntar para um fã do utilitário se precisa incluir itens de conforto, a resposta tenderá a ser negativa. 

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O novo T4 2013 que o Vrum testou é o primeiro Troller 100% Ford. A montadora norte-americana afirma ter feito centenas de modificações de componentes e na carroceria do utilitário desde 2007 até chegar a versão que está hoje nas concessionárias pelo preço de R$ 94.900. É possível identificar vários itens comuns de outros modelos da montadora no interior do Troller, como as saídas de ar e maçanetas das portas.

Mas é na mecânica onde estão as principais mudanças no Troller. O novo motor MWM International MaxxForce 3.2 tem turbina de geometria variável e pressão de injeção de combustível mais alta.Com isso, gera a potência de 165 cv e uma curva de torque mais ampla em baixas rotações, garantindo força para superar os desafios fora de estrada.

 (Vrum/DP/D.A Press)


Ninguém duvida da capacidade do Troller para o off-road. Não é a toa que o utilitário é campeão do Rally dos Sertões em sua categoria. Mas será que ele é um carro bom para o dia a dia da cidade, com engarrafamentos, pouco espaço nas vias e raras vagas de estacionamento? Foi esse o teste que fizemos com o utilitário cearense. Nada de lama: colocamos o Troller nas ruas do Recife.

Como destacamos no início desse texto, o acabamento do Troller não privilegia o conforto nem uma dirigibilidade suave. A direção hidráulica é pesada e o câmbio não tem encaixes precisos. Esses dois aspectos são os que mais dificultam a vida do trolleiro na cidade, uma vez que o jipe se torna cansativo em poucos minutos trânsito. Mas o utilitário tem seus méritos, como a posição elevada, que proporciona uma boa visibilidade. O que também não falta é força para saídas rápidas e retomadas seguras.


 (Vrum/DP/D.A Press)


Estacionar o Troller não é uma aventura muito fácil. O ângulo de viragem (esterçamento) das rodas é pequeno e cria um raio de giro muito grande, o que obriga o motorista a ter que manobrar repetidas vezes para encaixar o jipão numa vaga. Espaço interno é bom para o motorista e passageiro ao lado. Quem vai atrás não se sentirá muito confortável. Bagagem só se rebaixar os bancos traseiros, pois praticamente não há porta-malas. 

Simples, sem privilegiar o conforto e não muito fácil de domar no trânsito. Isso para um carro que custa R$ 94.900 poderia ser o resumo de uma vida breve. Entretanto, quando se trata de Troller, essas características parecem pesar a favor do utilitário. O trolleiro não quer luxo para desfilar nos engarrafamentos. Ele quer colocar o carro num atoleiro e ter a certeza de que conseguirá sair dele com um sorriso no rosto. Esse é o espírito dos fãs do jipão produzido no Ceará. 

Ficha técnica - Troller T4 2013

Motor - Maxxforce 3.2H EGR
Potência - 165 cv a 3.500 rpm
Torque - 38,7 kgfm a 2.200 rpm
Combustível - diesel
Tração:- 4x4 Part Time
Transmissão - manual de cinco velocidades

Dimensões:
Comprimento - 3.945 mm
Largura - 1.872 mm
Altura - 1.953 mm
Entre-eixos - 2.411 mm
Peso - 2.065 kg
Carga útil - 420 kg
Tanque - 72 litros
Porta-malas - não divulgado
Ângulo de entrada - 50°
Ângulo de Saída - 37°
Inclinação lateral máxima - 45°
Pneus - 255/75 R15


 (Vrum/DP/D.A Press)



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