Aliado da flora intestinal, o derivado do leite também é um poderoso antídoto
contra doenças cardíacas, artrite e câncer
Ele aparece nas propagandas desafiando a todo e qualquer intestino
preguiçoso. O poder laxativo do iogurte é conhecido, bastante testado e sempre
evocado para estimular a venda do produto.
Embora o ponto forte desse derivado do leite seja estimular a flora
intestinal, os benefícios e qualidades nutricionais do alimento não estão
restritos a essa função. Conheça sete curiosidades sobre o iogurte a aprenda a
usá-lo a favor do organismo.
O primeiro alimento
Quase uma unanimidade nas geladeiras modernas, o iogurte é um derivado do
leite e herança dos
antepassados. Segundo escreve David Grotto, no livro “101 alimentos que podem
salvar sua vida” (Editora Larousse), o produto é possivelmente um dos mais
antigos da história da humanidade.
No livro, o autor relata que a primeira fabricação pode ter sido na
acidental, quando estava sendo guardado em urnas e sacos feitos com pele de
cabra. Mais tarde, as civilizações reconheceram os benefícios do iogurte e
falaram sobre os atributos de “purificação” e sua contribuição para a
longevidade.
Foi só no século 20 que as culturas usadas na produção do iogurte foram
isoladas por Elie Metchinikoff, do Instituto Pasteur, que recebeu o Premio Nobel
pela descoberta.
Bactérias do bem
De acordo
com o Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que controla
medicamentos e alimentos, para que um derivado do leite seja denominado de
iogurte, deve ser fermentado por bactérias específicas, cientificamente chamadas
Streptococuccus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus, que produzem um produto
mais grosso e encorpado, e são os principais agentes no bom funcionamento do
intestino.
Camila Leonel, nutricionista da Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp), explica que o intestino humano é formado por bactérias
boas e ruins. O iogurte contém uma cota de bactérias boas superior aos demais
derivados do leite. É esse coeficiente elevado que estimula o funcionamento
ideal do intestino.
Hálito fresco
Um estudo japonês descobriu que voluntários que consumiam 150 gramas diárias
de iogurte sem açúcar e que continham as bactérias Streptococuccus thermophilus
(as tais bactérias do bem) tiveram uma redução nas concentrações de uma bactéria
que induz ao mau hálito, relata Grotto no livro.
Fonte de cálcio
A nutricionista
da Unifesp também revela que assim como o leite, o iogurte é rico em cálcio,
micronutrientes e proteínas, sendo um poderoso aliado no combate à osteoporose e
à hipertensão.
“Hoje temos trabalhos na medicina que mostram o valor do cálcio no controle
da hipertensão. Dentro do contexto de uma alimentação saudável, balanceada, esse
componente, presente no iogurte, pode ser um ponto de apoio no controle da
pressão.”
Tolerância zero
Camila também revela que o iogurte pode ser uma
alternativa às pessoas que têm intolerância ao leite. Embora seja um derivado do
leite, o produto contém um nível bastante reduzido de lactose, açúcar que não é
digerido pelo organismo dos intolerantes à lactose, e o responsável por provocar
diarréias e outras complicações.
Aliado da dieta
Para controlar a fome e favorecer a manutenção da dieta, o iogurte é uma
ótima opção de lanche da tarde, no intervalo entre as refeições, defende
nutricionista. Ela afirma ainda que o frozen iogurte, sorvete feito tendo como
base o alimento, é uma boa alternativa para quem deseja um refresco somado à
pitada doce no cardápio do dia. A dica, porém, exige cautela.
“É preciso cuidado com os complementos oferecidos nas sorveterias. De nada
adianta investir no sorvete a base de iogurte se a escolha dos acompanhamentos
for incorreta. Prefira frutas aos ingredientes mais calóricos.”
Prevenção no copinho
No livro “101 alimentos que podem salvar sua vida”, David Grotto não poupa
elogios ao iogurte. O autor apresenta possíveis propriedades medicinais do
alimento, com base em estudos feitos em laboratórios e testes de amostragem em
humano, confira.
Artrite: ratos com artrite, alimentados com iogurte que
continha a bactéria Lactobacillus bulgaricus, tinham apenas uma inflamação
suave.
Doenças cardíacas: um estudo feito com 33 voluntárias que
consumiram iogurte convencional durante quatro semanas mostrou que o produto
provocou aumento das taxas de HDL, o colesterol bom.
Câncer de cólon: outro estudo com camundongos, nos quais foi
induzido um carcinoma colorretal (células cancerígenas no intestino grosso),
descobriu que, quando o iogurte era agregado à dieta, havia um aumento na
atividade anticancerígena.
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