O Monte Fuji (em japonês 富士山 Fuji-san) é a mais
alta montanha da ilha de Honshu e de todo o Japão. É um vulcão ativo, porém de
baixo risco de erupção.
O monte Fuji localiza-se a oeste de Tóquio (de onde pode ser visto num dia limpo) próximo da costa do Pacífico da ilha de Honshu, na fronteira entre as províncias de Shizuoka e deYamanashi.
Existem três pequenas
cidades que envolvem o Monte Fuji, Gotemba a leste, Fuji-Yoshida a norte e
Fujinomiya a sudoeste.O monte Fuji é um dos símbolos mais conhecidos do Japão,
sendo frequentemente retratado em obras de arte e fotografias e recebendo
muitas visitas de alpinistas e turistas.
Etimologia
Os kanjis que atualmente são utilizados, 富 e 士,
significam riqueza ou abundância e homem de posição respectivamente, mas é
provável que estes caracteres tenham sido escolhidos devido ao facto de a sua
pronúncia formar o nome, uma vez que não formam uma estrutura coerente de onde
se possa extrair o significado do nome.
A origem do nome Fuji não é clara. Uma interpretação popular
refere que Fuji provém da junção de 不二 (não e dois), que significa sem
igual, outra interpretação indica a escrita de Fuji da forma 不尽 (não
+ exausto), significando interminável.
Um estudioso japonês do Período Edo, Hirata Atsutane,
colocou a hipótese de o nome ter como origem uma palavra que significava
“montanha que se ergue como uma espiga (ho) de arroz”.
O missionário britânico John Batchelor (1854-1944) defendeu
a tese de que a origem do nome vinha palavra da língua Ainu para fogo (huchi),
da divindade do fogo huchi kamuy.
Esta tese foi contrariada pelo linguista japonês Kyosuke Kindaichi (1882-1971) do ponto de vista da alteração fonética de “huchi” para “fuji”. Também se aponta o facto de huchi significar “mulher idosa” e ape ser a palavra para “fogo”, sendo portanto ape huchi kamuy a divindade do fogo.
Esta tese foi contrariada pelo linguista japonês Kyosuke Kindaichi (1882-1971) do ponto de vista da alteração fonética de “huchi” para “fuji”. Também se aponta o facto de huchi significar “mulher idosa” e ape ser a palavra para “fogo”, sendo portanto ape huchi kamuy a divindade do fogo.
Estudos feitos quanto à distribuição dos nomes que incluem fuji também sugerem
que a origem da palavra remonta à língua do povo Yamato e não à Ainu. O
toponimista Kanji Kagami defende a hipótese de a palavra ter a mesma origem que
“wisteria” (fuji) e “arco-íris” (niji, mas que também pode ser escrito fuji)
para representar um “declive longo e harmonioso”.
Outro texto que faz a análise etimológica do Fuji-san,
afirma que o nome provém de ”imortal” (不死 fushi, fuji?) e ainda
das imagens de ”abundante” (富 fu?), ”soldados” (士 shi,
ji?)† subindo as encostas da montanha.
† Note-se que, apesar de a palavra 士
poder ser interpretada como soldado (兵士 heishi, heiji?), ou samurai (武士
bushi?), o seu significado original é homem de certa posição.
Variações
Flor de lótus.
O Fuji-san é por vezes referido erradamente como Fuji Yama
em alguns textos ocidentais, isto porque o terceiro kanji, que significa
montanha, também pode ser pronunciado yama.
Em japonês, a única forma correta de fazer referência ao
monte Fuji é Fuji-san. A frase japonesa "Fujiyama, geisha" é uma
frase idiomática que exprime a incompreensão dos ocidentais do Japão. Note-se
que o sufixo -san, que significa montanha, não tem qualquer relação com o
título -san que se emprega quando se fala com uma pessoa.
Adicionalmente, Fuji pode ser pronunciado Huzi, se se
utilizar a romanização Nihon-shiki, contudo a pronúncia usual é geralmente
considerada mais próxima da japonesa.
Outros nomes japoneses utilizados para fazer referência ao
Fuji-san, de origem poética ou caídos em desuso, incluem Fuji-no-Yama (a
montanha de Fuji), Fuji-no-Takane (o alto pico de Fuji), Fuyō-hō (o Pico de
lótus'), e Fu-gaku (ou, o primeiro kanji de, Fuji, e , montanha).
História
Gravura Surugacho (Rua Suruga) (1856). |
Pensa-se que a primeira ascensão ao alto do monte Fuji foi
em 663, sendo o autor da proeza um monge anónimo, a ascensão do primeiro
estrangeiro ao alto do Fuji-san ocorreu em 1860, por Sir Rutherford Alcock.
O
alto tem sido considerado sagrado desde tempos antigos, tendo o seu acesso sido
proibido a mulheres até à Era Meiji, mas hoje em dia é um destino turístico
popular, sobretudo para escalada (ver tópico abaixo).
O monte Fuji é um cone vulcânico frequentemente nevado sendo
uma figura importante da arte japonesa. O trabalho de maior nomeada retratando
esta montanha são as conhecidas “36 vistas do monte Fuji”, a obra-prima do
pintor de Ukiyo-e, Hokusai, mas existem inúmeras menções ao monte Fuji na
literatura japonesa desde sempre, sendo abordado em muitos poemas.
O Fuji-san alberga ainda uma tradição guerreira, visto os
samurais utilizarem o sopé da montanha, um sítio próximo de onde actualmente se
situa a cidade de Gotemba, como local de treino, devido ao seu isolamento.
O
shogun Minamoto no Yoritomo tinha yabusame nesta área no início do Período
Kamakura. A partir de 2005, as forças de defesa do Japão e os marines dos
Estados Unidos da América passaram a ter actividade militar em bases perto do
monte Fuji.
Geografia
O Fuji-san visto dos cinco lagos. |
Sendo parte integrante do Parque nacional Fuji-Hakone-Izu,
existem cinco lagos que rodeiam o Monte Fuji, o Lago Kawaguchi que é o de mais
fácil acesso, o Lago Yamanaka procurado para a prática de ski aquático e
natação, o Lago Sai de onde se tem uma bela vista do Fuji-san, o Lago Motosu
que está retratado nas notas de cinco mil ienes e o Lago Shoji que é bastante
procurado para a pesca.
De todos estes locais se tem boa visibilidade para o
Fuji-san, bem como do Lago Ashi, que, não fazendo parte do parque, fica nas
proximidades.
Para além dos lagos, existem bastantes locais bonitos nesta
zona, as cavernas, a floresta Aokigahara (ver tópico abaixo) e os santuários
tradicionais.
Geologia
Terreno do monte Fuji |
Actualmente composto por aproximadamente 50% de lava
basáltica,[7] os cientistas identificaram três fases distintas da actividade
vulcânica que resultaram na formação do Fuji-san como o conhecemos.
A primeira
fase, denominada Sen-komitake, constituiu um núcleo de andesito descoberto
recentemente nas profundezas da montanha. Depois da Sen-komitake seguiu-se a
Ko-Mitake, uma camada de basalto que se acredita ter-se formado há várias
centenas de milhares de anos.
Há cerca de 100.000 anos uma nova camada, a
Ko-Fuji (Velha Fuji), formou-se sobre a Ko-Mitake, 10.000 anos é a data que se
aponta para a formação da mais recente Shin-Fuji (Nova Fuji) sobre a Velha
Fuji.
O vulcão está classificado como activo com baixo risco de
erupção. A última erupção registada ocorreu no princípio do século XVIII, em
1707 durante o período Edo, com esta erupção formaram-se uma nova cratera e um
segundo pico, a meio de um dos lados, tendo sido atribuído o nome de Hōei-zan
ao segundo pico.
O Monte Fuji localiza-se num ponto de encontro da Placa
Euroasiática a Placa de Okhotsk e da Placa das Filipinas, sendo estas placas
que formam, as partes ocidental e oriental do Japão e a Península de Izu,
respectivamente.
Escalada do Monte Fuji
Estima-se que anualmente cerca de 200.000 pessoas escalam a
montanha, 30% das quais são estrangeiros.
As subidas ao Fuji são mais
populares no período compreendido entre 1 de Julho e 27 de Agosto, uma vez que
nesta altura as cabanas e as outras infra-estruturas de apoio estão em funcionamento,
bem como os autocarros que transportam os alpinistas para a quinta estação.
Viagem
Para além da viagem de carro permitir o acesso por três
saídas (Kawaguchiko, Gotemba e Fuji), pode-se vir de autocarro expresso desde
Tóquio até Kawaguchiko e depois de apanhar um autocarro para o destino final.
Ainda assim, para simplesmente ver o Fuji-san, o comboio é o
meio de transporte mais adequado, por exemplo numa viagem na linha Tokaido,
entre Tóquio e Osaka, ou, no shinkansen de Tóquio para Nagoya, Quioto ou Osaka,
a melhor vista consegue-se nas imediações da estação de Shin-Fuji, 40 a 45
minutos depois da partida de Tóquio.
Subida
Turista acompanhando o nascer-do-sol no monte Fuji. |
Estão definidos quatro caminhos principais desde a quinta
estação (são dez no total) até ao alto, a que se podem adicionar quatro outros
caminhos desde o sopé da montanha.
Os caminhos desde a quinta estação são (no
sentido dos ponteiros do relógio) o de Kawaguchiko, o de Subashiri, o de
Gotemba e o de Fujiyomiya, os caminhos desde o sopé da montanha são o de
Shojiko, o de Yoshida, o de Suyama e o de Murayama.
As estações localizam-se a diferentes altitudes, consoante o
caminho seguido, a quinta estação mais alta em relação ao nível do mar é a de
Fujinomiya, seguida pela de Kawaguchi, a Subashiri e, a mais baixa, Gotemba.
Apesar de a quinta estação da rota de Kawaguchiko ser apenas
a segunda em altitude, esta é a rota mais popular, devido à sua grande área de
estacionamento, sendo aqui que vem ter a maior parte dos autocarros com
excursões. A segunda rota mais popular é a de Fujinomiya, a que possui a quinta
estação a maior altitude, seguida por Subashiri e Gotemba.
O topo do Fuji-san |
Embora muitos alpinistas não façam a subida nem pela rota de
Subashiri nem pela de Gotemba, muitas pessoas descem por estas rotas devido aos
seus trilhos cobertos por cinza. Desde a sétima estação até perto da quinta, a
descida pode ser feita praticamente a correr, pelos trilhos cobertos de cinza,
em aproximadamente meia hora.
As rotas que partem do sopé da montanha permitem conhecer
locais históricos, por exemplo a de Yoshida passa por várias casas de chá,
antigos templos e cabanas, e têm-se tornado mais populares, estando a ser
restauradas.
Contudo, são poucas as pessoas que fazem a subida desde a base, além de que a existência de ursos afasta as pessoas.A subida pode demorar entre três e sete horas, a descida de duas a cinco.
O percurso está dividido em dez estações, existindo estradas pavimentadas até à quinta, que se situa aproximadamente nos 2300 metros acima do nível do mar. As cabanas existentes na quinta estação não costumam manter-se abertas de noite, apesar de haver entusiastas que sobem de noite para ver o nascer do sol .
Contudo, são poucas as pessoas que fazem a subida desde a base, além de que a existência de ursos afasta as pessoas.A subida pode demorar entre três e sete horas, a descida de duas a cinco.
O percurso está dividido em dez estações, existindo estradas pavimentadas até à quinta, que se situa aproximadamente nos 2300 metros acima do nível do mar. As cabanas existentes na quinta estação não costumam manter-se abertas de noite, apesar de haver entusiastas que sobem de noite para ver o nascer do sol .
Topo
Existem oito picos, sendo o ponto mais alto do Japão o pico
que tem um antigo edifício com um radar, todos acessíveis bastando aos
visitantes circular em torno da cratera.A temperatura média mensal no alto do Fuji-san varia entre
os -18 e os +8 °C para uma pressão atmosférica entre os 630 e os 650 mbar.
Aokigahara
Fotografia aérea da Aokigahara. |
Aokigahara é uma floresta que se situa na base da montanha
onde existem cavernas que não degelam, mesmo durante o Verão. Contam-se muitas
lendas acerca da floresta de Aokigahara, segundo uma, as rochas da montanha
contêm grandes depósitos de ferro que provocam erros nas bússolas, fazendo com
que seja extremamente fácil as pessoas perderem-se.
Contudo, estas lendas são falsas, pois o campo magnético
gerado pelo ferro é demasiado fraco para ter um efeito significativo, além
disso, as forças militares do Japão e dos Estados Unidos fazem exercícios de
treino regularmente na floresta, durante os quais o GPS, as bússolas e os
outros aparelhos electrónicos de orientação funcionam perfeitamente.
As lendas de monstros, fantasmas e goblins assombrando a
floresta são também diversas. Em adição, o Aokigahara Jukai (O Mar das Árvores)
é a zona do Japão onde ocorrem mais suicídios, diz-se que os espíritos dos
suicidas para sempre vagueiam na área, a quantidade de corpos descobertos, em
média trinta por ano, levaram as autoridades a colocar sinais proibindo o
suicídio na floresta.
Curiosidades
Este artigo pode ser melhorado, integrando ao texto os itens
relevantes e removendo os supérfluos ou impróprios.O monte Taranaki na Nova Zelândia é de tal forma similar ao
monte Fuji de alguns pontos de vista, que é utilizado como substituto em
filmes, como foi o caso do “The Last Samurai”.
Os símbolos da Atari e da Infiniti são ambos representações
estilizadas do monte Fuji, embora também se diga que o símbolo da Infiniti é
apenas uma estrada.
O cantor Kyu Sakamoto contratou carregadores para levar um
piano para uma actuação no alto do vulcão.
Sendo um ponto turístico muito famoso e visitado no Japão, o
monte Fuji é retratado em diversas séries e programas de televisão sobre o
Japão. Nas séries tokusatsu, por exemplo, a figura do monte aparece em praticamente
todas as produções, servindo às vezes, inclusive, como local onde o herói
protagonista abriga suas naves ou mechas.
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